quarta-feira, 28 de junho de 2017

'Soror Mariana Alcoforado' segue para a Sé de Évora


O convento dos Capuchos foi palco da ópera 'Soror Mariana Alcoforado' que em apenas 1h30m esgotou todos os bilhetes. Uma obra do compositor Amílcar Vasques-Dias que a convite da Câmara Municipal de Almada abraçou este projecto, uma construção diária pelos 22 profissionais e 84 amadores, num envolvimento directo com a comunidade; no canto, na representação, nas artes plásticas, cenografia ou guarda roupa. Uma residência artística que durante seis meses habitou entre as paredes do convento para melhor encarnar a dramática história de Mariana Alcoforado, colocada num convento contra vontade e que se haveria de se perder de amores pelo Marquês Chamilly. A início um amor platónico mas cuja carnalidade seria inevitável tal o fervor da paixão entre Mariana e o militar francês de cavalaria que lutou em Portugal durante a guerra da Restauração no século XVII, Noel Bouton de Chamilly.



Se esta história surgisse nas penadas de Camilo Castelo-Branco podia ser um 'amor de perdição', o que distingue Mariana Alcoforado de Teresa Baltasar (a heroína de Camilo Castelo Branco) é que a doce Alentejana encerrada no convento de Nossa Senhora da Conceição em Beja, existiu efectivamente. A sua história, à época escandalosa, soube-se em toda a corte e galgou fronteiras. Dessa relação surgiu uma obra literária 'As Cartas Portuguesas' composta pelas cartas que Mariana terá enviada ao seu amante. Questiona-se, ainda hoje, a veracidade dos documentos assim como a verdadeira autoria.  


Se a história real de Mariana fosse um arrebatador clássico de Camilo Castelo-Branco,  terminaria com uma tragédia mas em nome do amor. Alcoforado ficou no esquecimento, encerrada no convento aguardando o regresso de Chamilly. Após descobrir-se os contornos da relação com a portuguesa, o cavaleiro havia fugido de Portugal desculpando-se com a doença do irmão em França. Prometeu, no entanto,  regressar para resgatar a sua amada. E numa história de encantar, ele chegaria num cavalo branco e levaria a bela portuguesa montada na garupa e partiriam sem rumo de cabelos ao vento. Quis a vida real que o marquês deixasse para trás o que pertencia ao passado, Mariana. 


O encenador, F. Pedro Oliveira, teve uma estreita relação não só com os actores profissionais; Natasa Sibalic que se vestiu de Mariana Alcoforado, ainda, Manuel Caldeira, Telma Valente de Almeida e Maria João Augusto mas também com os cerca de 84 participantes. Aliás para que as barreiras se fossem esbatendo houve cerca de 12 workshops que em muito contribuíram para criar sinergia entre o grupo. Não é por acaso que são os figurantes que dão corpo a um espectáculo que ganha uma dimensão quase real porque efectivamente acontece nos claustros de um convento, Capuchos. Às vezes lembramo-nos que é pura encenação porque caiem umas pingas ou somos bafejados por uma aragem que sabe bem. Tudo acontece debaixo do céu que assume cores particularmente incomuns numa noite atípica e um calor digno de um país tropical. 


A plateia está absolutamente repleta mas silenciosa. Não há burburinho nem telemóveis a vibrar ou tocar. Apenas algumas pessoas captam imagens mas mantêm-se praticamente imóveis para não perturbar de forma alguma o calvário de Mariana Alcoforado; a esquecida, rejeitada ou mal amada. Todos esses sentimentos são espelhadas através da música que acompanha os actores, uma orquestra que parece moldar-se aos estados de espírito da protagonista; saudosa ou  revoltada, amantíssima ou desdenhosa. A pequena orquestra  discreta mas pungente é composta por Luís Pacheco Cunha, André Fresco, Chiara Antico, Catherine Strynckx, Alejandro Erlich Oliva, Andrew Swinnerton, Paulo Gaspar e Agostinho Sequeira.


Há ainda o cante Alentejano, devidamente contextualizado para lembrar as raízes de Mariana, nascida em Beja em 1640 e com apenas 16 anos levada pelo pai para a Ordem de Santa Clara. Apesar do incidente amoroso com o cavaleiro francês, continuaria a viver, empenhando-se na sua entrega a Deus e partiria aos 83 anos. 


Assistimos, no entanto, ao desvanecer de todas as esperanças de Mariana, o desejo de um amor livre e fora das portas do convento que chegou a amaldiçoar em momentos de pura revolta. Mariana não nasceu com vocação religiosa e a imposição a uma condição que não era a sua fê-la viver longamente, uma dádiva que lhe seria concedida como uma cruz que carregaria até ao fim dos seus dias. A consciência que lhe lembra o inevitável, os fantasmas que habitam nela não a deixam esquecer o seu destino, traçado pela família. Aos poucos sentimos que se entrega, não de corpo e alma, porque o coração havia morrido quando Chamilly a deixou esquecida, e apenas lhe restou o corpo físico. Deitada na cama, imóvel, rodeada pelas freiras que entoam orações e cânticos funestos, velam por um coração destroçado, porque ela continua a respirar, apenas respira. 


A UNICA está de alguma forma representada nesta ópera 'Soror Mariana Alcoforado'. A nossa professora de canto, Anabela Fernandes, integra o coro participativo juntamente com outras duas colegas, Fátima Silva e Elisabete Dias. No guarda roupa também houve a colaboração das nossas talentosas Custódia Barbosa e Teresa Peixoto.


'Soror Mariana Alcoforado' esteve dois fins de semana seguidos nos claustros dos Capuchos, muitas foram as pessoas que não conseguiram assegurar o bilhete a tempo. A boa notícia é que o espectáculo repete na Sé de Évora dia 8 de Julho.


sábado, 24 de junho de 2017

A Marcha da Charneca alcança o 3º lugar

 
 


A Marcha da Charneca de Caparica veio à Avenida na noite do dia 23 de Junho
Desfilando com todo o garbo e garra, com os seus Arcos e Trajes premiados pelo Juri com o 1º lugar em conjunto com outras marchas
Na sua 2ª participação veio a ter o 3º lugar na classificação geral
Com os Padrinhos, Oscar Romero e Merche Romero a distribuir simpatia e alegria com a musica do Cavalinho afinadissimo
Foi aplaudida entusiasticamente pelo publico presente
A Marcha da Charneca é Linda !
Marcha da Charneca de Caparica na sua 2ª Participação
3º Lugar na Classificação Geral
Vencedora na Categoria de Arcos e Trajes - Em conjunto com outras Marchas
Resultados:
CLASSIFICAÇÃO GERAL
1º Lugar - Marcha do Centro Comunitário do PIA II
2º Lugar - Marcha Popular da Costa - Gandaia
3º Lugar - Marcha da Charneca
4º Lugar - Marcha da Capa Rica
5º Lugar - Marcha do Lifeshaker
6º Lugar - Marcha da Rua 15
7º Lugar - Marcha do Beira-Mar de Almada
8º Lugar - Marcha do Pragal
PRÉMIOS ESPECÍFICOS
Prémio Avenida
Marcha do Centro Comunitário do Pia II
Prémio Coreografia
Marcha do Centro Comunitário do Pia II
Marcha Popular da Costa - Gandaia
Prémio Arcos
Marcha da Charneca
Marcha Popular da Costa - Gandaia
Prémio Trajes
Marcha do Centro Comunitário do Pia II
Marcha da Charneca
Marcha Popular da Costa - Gandaia
Prémio Letra
Marcha Popular da Costa - Gandaia
Prémio Música
Marcha da Rua 15
Marcha da Capa Rica
Fonte: JF Charneca de Caparia e Sobreda

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Pré Inscrições para o próximo ano lectivo


Este ano lectivo está quase a terminar, mas prometemos manter a UNICA activa durante o verão, sabemos o quanto é importante para a dinâmica da população da Charneca de Caparica ter a porta sempre aberta com actividades e sorrisos.

Para garantirem vaga para o próximo ano lectivo devem começar imediatamente a fazer as pré-inscrições, a data limite é 15 de Junho. Quanto a novos alunos interessados em participar da família UNICA devem fazer as pré-inscrições de 15 de Junho a 27 de Julho.

Todos os assuntos devem ser tratados na secretaria da UNICA

J.F - Charneca de Caparica
R. Mário Casimiro nº1

3ª - 10h - 12h | 5ª - 14.30 - 16.30

A Festa de encerramento do ano lectivo 2016/2017

Caros amigos,
Nunca é tarde para agradecer!
Gratos pela maravilhosa tarde de festa que todos juntos construímos neste passado sábado.


A UNICA reuniu no Auditório da Junta de Freguesia da Charneca de Caparica, parte da sua familia. Eramos cerca de 170... enchemos o Auditório com diversas manifestações de Arte, desde o Teatro, à Música, Dança.

Foi MARAVILHOSO sentir o carinho, respeito e admiração que transbordava naquele espaço. A Amizade que nos une é efetivamente o maior bem deste magnífico projeto!
O presente Ano letivo ainda não terminou mas a Nossa festa de final de Ano já refletiu o que se faz por cá. E queridos alunos e formadores, fazem-no tão bem. Excelente trabalho, excelente equipa!


Parabéns a todos os que ajudam a construir, diariamente, um projeto sólido, único e já imprescindível à nossas vidas!
Gratos por nunca desistirem de estar por perto!
Muitas novidades e boas surpresas estarão para vir, até já!